Projetos inovadores de amônia verde e e-metanol são selecionados para aceleração no país
12 de dezembro de 2024 – O Brasil está solidificando sua posição como líder na transição industrial de descarbonização com o anúncio de três projetos selecionados pelo Acelerador da Transição Industrial (ITA – Industrial Transition Accelerator) para seu Programa de Apoio a Projetos no país. Esses projetos, desenvolvidos pela European Energy, Fortescue e Green Energy Park, juntam-se à Atlas Agro - a empresa por trás do primeiro projeto anunciado durante o lançamento do programa do ITA no Brasil, em outubro - em um crescente conjunto de projetos de baixo carbono que serão promovidos e apoiados.
Selecionados por seu alinhamento com a missão do ITA de descarbonizar a indústria pesada e o transporte de longa distância, os projetos representam avanços importantes na implantação de tecnologia industrial verde em escala comercial no Brasil.
- A European Energy está desenvolvendo a primeira fábrica em larga escala do Brasil para produzir metanol sintético a partir de hidrogênio verde (e-metanol) no Complexo Industrial e Portuário de Suape. A planta de aproximadamente US$ 344 milhões tem como meta uma capacidade de produção de 100.000 toneladas por ano e poderia evitar até 254.000 toneladas por ano de emissões de CO2e em comparação com a produção convencional de metanol. [1]
- O projeto H2V de Fortescue está desenvolvendo uma instalação integrada de hidrogênio e amônia verde no Porto de Pecém, capaz de produzir 168.000 toneladas de hidrogênio por ano (equivalente a 0,9 milhão de toneladas de amônia), com requisitos de investimento total de cerca de US$ 4 bilhões. Uma vez em operação, cada tonelada de hidrogênio produzida evitaria as cerca de 12 toneladas de emissões de CO2e normalmente associadas à produção dessa commodity.
- O Green Energy Park está desenvolvendo uma unidade de produção e exportação de amônia verde no Estado do Piauí, cuja primeira fase tem como meta uma capacidade de exportação de 2,1 milhões de toneladas por ano e envolveria um investimento de aproximadamente US$ 4,5 bilhões. Após a conclusão dessa primeira fase, o projeto poderia evitar até 3,2 milhões de toneladas de emissões de CO2e por ano em comparação com a produção convencional de amônia. O escopo do projeto inclui o uso doméstico de hidrogênio verde para aplicações industriais, como o aço verde, e o estabelecimento de um corredor de transporte verde para a Europa e outras partes do mundo.
Esses projetos, juntamente com o projeto Uberaba Green Fertilizer da Atlas Agro, são os primeiros a se beneficiarem do programa do ITA no Brasil, após um acordo de parceria anunciado em julho entre o ITA e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que consolidou o Brasil como o primeiro parceiro país do ITA. O anúncio também marcou o lançamento de uma Chamada para Manifestações de Interesse (EOIs – expressions of interest), convidando empresas a propor projetos para inclusão. A chamada para EOIs foi encerrada em 1º de novembro, e o ITA continua avaliando as propostas e identificando projetos de alto potencial.
Faustine Delasalle, Diretora Executiva do ITA, disse: “É com grande satisfação que selecionamos os projetos da European Energy, Fortescue e Green Energy Park como parte de nosso programa para acelerar o desenvolvimento de indústrias verdes no Brasil. Essas instalações emblemáticas de produção com baixo teor de carbono representam o tipo de investimento industrial que precisamos ver multiplicado no país e em todo o mundo para atingir nossas metas climáticas coletivas. Elas também demonstram que há uma oportunidade econômica real para o Brasil no crescimento do setor verde. Trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros no Brasil, melhoraremos a política e o ambiente de mercado em que eles operam para permitir que esses e outros projetos semelhantes prosperem.”
“Nosso foco é apoiar as empresas no Brasil, estabelecendo mercados para seus produtos de baixo carbono, informando sobre o desenvolvimento de políticas públicas e conectando-as a financiadores”, acrescentou. “Nosso objetivo é apoiar o progresso dos projetos mais avançados para decisões finais de investimento nos próximos dois anos, ao mesmo tempo em que criamos melhores condições para que novos projetos industriais verdes também sejam anunciados”, conclui.
Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioeconomia do MDIC, disse: “O Brasil oferece oportunidades únicas para a descarbonização para todos os países, dadas suas vantagens comparativas para se tornar um líder global em produtos de baixo carbono. O ITA certamente contribuirá para atingir esses objetivos, que estão alinhados com a Estratégia Nacional de Descarbonização da Indústria, em desenvolvimento pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.”
Construindo um ambiente favorável ao investimento
O Programa de Apoio a Projetos do ITA no país tem como objetivo fortalecer o argumento de investimento para o setor verde, abordando os desafios do mundo real. Os projetos selecionados informarão e se beneficiarão das atividades do ITA para melhorar as condições de investimento e acelerar o progresso em direção às decisões finais de investimento necessárias para iniciar a construção e eventual operação dos projetos.
Para apoiar esse esforço, o ITA lançou um
Insights Briefing, em coautoria com a Systemiq, a parceira âncora do ITA no Brasil, resumindo as principais oportunidades e desafios identificados em discussões com projetos selecionados e partes interessadas do setor. Foram identificadas três prioridades:
- Demanda: Garantir os contratos de compra e venda de longo prazo necessários para sustentar o financiamento continua sendo o desafio mais importante para os projetos industriais verdes no Brasil. O ITA planeja trabalhar com as partes interessadas para estimular a demanda, criar mercados e facilitar a aquisição de longo prazo de produtos industriais verdes brasileiros nos mercados doméstico e internacional.
- Política: No Brasil e em outros países do mundo, as estruturas políticas nas quais os projetos são desenvolvidos têm um impacto significativo em suas argumentações de investimento. O ITA pretende trabalhar com o governo do Brasil por meio de sua parceria com o MDIC para informar o desenvolvimento de políticas industriais que possam apoiar projetos verdes de grande escala.
- Finanças: Mesmo que os projetos fortaleçam seus argumentos de investimento, a obtenção de financiamento adequado pode ser um desafio, especialmente para projetos pioneiros. O ITA pretende trabalhar em estreita colaboração com a recém-lançada Plataforma de Investimento em Transformação Ecológica e Climática do Brasil (BIP) para preparar e apresentar projetos a possíveis investidores. Dois projetos selecionados pelo ITA, os liderados pela Atlas Agro e pela Fortescue, já foram incluídos na BIP, representando um grande marco.
Parcerias corporativas
Thiago Arruda, Diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da European Energy, disse: “Nosso projeto de e-metanol em Suape é um símbolo da neoindustrialização do Brasil em uma base sustentável e tecnológica. O projeto terá um efeito multiplicador que vai além das restrições da nossa fábrica: particularmente no setor de cana-de-açúcar, uma área tradicional da economia local, que servirá como fonte de dióxido de carbono biogênico.”
Luis Viga, Country Manager da Fortescue no Brasil, disse: “O desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde é um pilar fundamental para a neoindustrialização do Brasil. Na Fortescue, acreditamos que o país tem vantagens competitivas significativas para se posicionar na corrida global. O progresso dessa indústria e do nosso Projeto Pecém pode contribuir para lançar as bases de uma nova estrutura de produção que abrangerá setores como mineração, aço, combustíveis e fertilizantes.”
Bart Biebuyck, CEO da Green Energy Park, disse: “Estamos entusiasmados em trabalhar com o ITA para acelerar nossos projetos transformadores de hidrogênio verde no Brasil. A COP30, em 2025, é o local perfeito para mostrar a implementação de um projeto de transição energética em escala GigaWatt, aproveitando as vantagens únicas e naturais para a produção de hidrogênio verde disponíveis no Nordeste do Brasil.”
[1]
O valor da redução de emissões para o projeto European Energy é uma estimativa fornecida pelo ITA e considera apenas as emissões relacionadas à produção dentro dos limites da instalação de e-metanol.
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Nota aos editores
Sobre o ITA: O Acelerador de Transição Industrial (ITA) é uma iniciativa global multissetorial que visa catalisar a descarbonização dos setores industriais e de transporte de altas emissões, que representam um terço das emissões globais. Através de redes expansivas que abrangem a indústria, instituições financeiras e governos, o ITA reúne líderes globais para desbloquear investimentos em larga escala, acelerando a implementação de soluções de descarbonização. Nos próximos três anos, a meta é expandir significativamente o pipeline de projetos industriais limpos em escala comercial para reduzir as emissões até 2030 e alinhar esses setores com as metas do Acordo de Paris.
https://ita.missionpossiblepartnership.org/
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Sobre a European Energy: A European Energy tem como objetivo ser uma importante força global na condução da transição ecológica. A empresa desenvolve, constrói e opera ativos, incluindo geração eólica e solar on-shore/off-shore, Power-to-X, armazenamento de bateria e captura de carbono.
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Sobre a Fortescue: Fortescue é o grupo de tecnologia, energia e metais que está acelerando a descarbonização comercial da indústria, de forma rápida, lucrativa e global. Como líder global na revolução verde, a empresa opera em três áreas integradas: o desenvolvimento de soluções tecnológicas, a produção de energia verde e a pesquisa de minerais essenciais para a transição energética.
À medida que nossos negócios se desenvolvem globalmente, nosso compromisso com a construção de comunidades prósperas se expande conosco. Um dos principais focos é proporcionar mudanças sociais e econômicas positivas por meio de oportunidades de treinamento, emprego e desenvolvimento de negócios.
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Sobre o Green Energy Park: O Green Energy Park (GEP) consiste em um grupo de empresas responsável pela implementação de um dos maiores empreendimentos de impacto climático do mundo. O objetivo do GEP é projetar, construir e operar a infraestrutura de produção de hidrogênio, sendo a amônia e o metanol os transportadores de energia renovável de longa distância preferidos. Como especialista em moléculas e para alcançar a liderança em custos, o GEP implementa as principais tecnologias de hidrogênio em sua plataforma de produção padronizada na escala de gigawatts.
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